PRIORIDADES COMPETITVAS DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE MURIAÉ (MG)

Natália Michele Ferreira, Bruno Tavares, Marco Aurélio Marques Ferreira, Lucas Maia dos Santos

Resumo


O presente estudo tem por objetivo descrever o Arranjo Produtivo Local (APL) de confecções de Muriaé-MG a partir da estratégia de produção das empresas que o constituem. Assim, espera-se revelar a diversidade presente nesta aglomeração e evidenciar a importância das particularidades internas dos APL. Adotou-se como problema de pesquisa a seguinte pergunta orientadora: as prioridades competitivas são uma abordagem capaz de revelar a diversidade produtiva em uma aglomeração produtiva? Foram aplicados 70 questionários nos proprietários de empresas distintas desse APL. Na análise dos dados, adotou-se a técnica estatística de análise de variância (ANOVA) e análise de clusters para analisar os dados quantitativos. Como resultado foram identificados três diferentes clusters com relação às prioridades competitivas. Mesmo tendo o aglomerado apresentado pouca representatividade no mercado internacional, os Clusters 1 e 2 possuem uma participação de 27,58% e 29,16% das empresas atuantes no mercado internacional, e o Cluster 3 apenas 6,25%, o que pode ser uma hipótese para explicar a escolha das prioridades competitivas.


Palavras-chave


Arranjo Produtivo Local; Prioridades Competitivas; Análise de Clusters

Texto completo:

PDF

Referências


AAKER, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de marketing. Atlas, 2004.

AL-LAHAM, A.; SOUITARIS, V. Network embeddedness and new-venture internationalization: analyzing international linkages in the German biotech industry. Journal of Business Venturing, Bloomington, v. 23, n. 5, p. 567-586, 2008.

ALVES FILHO, A. G.; PIRES, S. R. I.; VANALLE, R. M.Sobre as prioridades competitivas da produção:compatibilidades e sequências de implementação. v.2, n.2, p. 173-180, ago. DEP-UFSCar. São Carlos, 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES.ABIT. Disponível em: http://www.abit.org.br/site/ . Acesso em: 25 de out. 2011.

BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. S. Administração estratégica e vantagem competitiva. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

BOYER, K. K.; LEWIS, M. W. Competitive priorities: investigating the need for trade-offs in operations strategy. Production and Operations Management, v. 11, n. 1, p. 9-20, 2002.

CASAROTTO FILHO, N.; PIRES, L. H. Redes de pequenas e médias empresas e desenvolvimento local: estratégias para a conquista da competitividade global com base na experiência italiana. São Paulo: Atlas, 1999.

CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. O foco em Arranjos Produtivos e Inovativos Locais de micro e pequenas empresas.In: LASTRES, H. M. M; CASSIOLATO, J. E.; MACIEL, M. L. (Org.). Pequena Empresa: cooperação e desenvolvimento local. Rio de Janeiro: Relume Dumará: UFRJ, Instituto de Economia, cap. 1, p. 21-34, 2003.

CASTELLS, M. A sociedade em rede. (A era da informação, economia, sociedade e cultura). São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CERVO, A.; BERVIAN, P. Metodologia Cientifica. 5ª Ed.São Paulo: Prentice Hall, 2006.

CHANG, E. P. C.; CHRISMAN, J. J.; KELLERMANS, K. W. The relationship between prior and subsequent new venture creation in the United States: a county level analysis. Journal of Business Venturing, Bloomington, 2009.

COX JR., T.J.: Toward the Measurement of Manufacturing Flexibility. Production and Inventory Management Journal, first quarter, v. 30, n. 1, p. 68-72, 1989.

CROCCO, M. A.; GALINARI, R.; SANTOS, F.; LEMOS, M. B.; SIMÕES, R.Metodologia de identificação de arranjos produtivos locais potenciais. Texto para discussão n. 212, CEDEPLAR, jul. 2003.

ERBER, F. S. Eficiência coletiva em arranjos produtivos locais industriais: comentando o conceito. Nova economia. Belo Horizonte, v. 18, n. 1, p. 11-31, 2008.

FERRAZ, J. C.; KUPFER, D. S.; HAGUENAUER, L. Made in Brazil: desafios competitivos para a indústria. Rio de Janeiro: Campus, 1995.

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E FINANCEIRAS. FIPECAFI. Análise multivariada:para os cursos de administração, ciências contábeis e economia. Luiz J. Corrar, Edilson Paulo, José Maria Dias Filho (coordenadores). São Paulo: Atlas, 2007.

GALVÃO, C. A. Sistemas industriais localizados:o Vale do Paranhana – complexo calçadista do Rio Grande do Sul. Texto para discussão IPEA, n. 617, janeiro de 1999.

GARCIA, R. C. Aglomerações Industriais ou Distritos Industriais: um estudo das industrias têxtil e de calçados no Brasil. Campinas, IE, 1996.

GARCIA, R.; MOTTA, F. G.; AMATO NETO, J. Uma análise das características da estrutura de governança em sistemas locais de produção e suas relações com a cadeia global. Gestão & Produção, São Carlos, v. 11, n. 3, dez. 2004

GARCIA, R. et al. Esforços inovativos de empresas no Brasil: uma análise das indústrias têxtil-vestuário, calçados, móveis e cerâmica. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 60-70, abr./jun. 2005

GUIMARÃES, Márcia Regina Neves; DE LARA, Felipe Ferreira; TRINDADE, Raissa Oliveira Peroba. A Relação Entre a Estratégia de Produção e a Prática da Inovação Tecnológica: Um Estudo em uma Empresa Produtora de Alumínio. Revista de Administração Mackenzie, v. 16, n. 3, p. 109, 2015.

GUIMARAES, M. R. N.; TEODORO FILHO, A. M. As prioridades competitivas e a área de gerenciamento de recursos humanos em empresas de autopeças. Revista GEPROS, n. 4, p. 25, 2009.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GRUTZMANN, A. Empresas de Desenvolvimento de Software e Arranjos Produtivos Locais sob a Ótica de Modelos de Negócios:um Estudo de Casos nas Empresas de Software de Concórdia-SC XXXIV Encontro Nacional da ANPAD. Rio de Janeiro: 2010.

HAGUENAUER, L. Competitividade: conceitos e medidas uma resenha bibliográfica recente com ênfase no caso brasileiro. Rio de Janeiro: Instituto de Economia da UFRJ, 1989. Texto para Discussão, 16.

HASENCLEVER, L.; ZISSIMOS, I. A evolução das configurações produtivas locais no Brasil: uma revisão da literatura. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 407-434, 2006.

 HAIR, J.F.; ANDERSON, R.E.; TATHAM, R.L.; BLACK, W.C. Multivariate Data Analysis. New Jersey: Upper Saddle River, 2005

HILL, T. Manufacturing strategy: the strategic management of the manufacturing function. London: Open University, 1993.

IEL/MG-GETEC – Gerência de estudos e projetos tecnológicos, a partir do GEOReferenciamento.[S.l.]: SEBRAE Base Setorial, 2003.

MACCHION, L; MORETTO, A.; CANIATO, F.; CARIDI, M.; DANESE, P.; VINELLI, A.. Production and supply network strategies within the fashion industry. International Journal of Production Economics, v. 163, p. 173-188, 2015.

MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing: metodologia, planejamento, execução, análise. São Paulo: Atlas, 1993. Volume 01

MCCANN, B. T.; FOLTA, T. B. Location matters: Where we have been and where we might go in agglomeration research. Journal of Management, v. 34, n.3, p. 532-565, 2009.

MENDONÇA, F. M. Formação, desenvolvimento e estruturação de arranjos produtivos locais da indústria tradicional do Estado de Minas Gerais/ Fabrício Molica de Mendonça. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2008.

MORRISON, A..;BREEN.J.; ALI, S. Small business growth: intention, ability and opportunity. Journal of Small Business Management, v. 41, n. 4, p. 417-425, 2003.

PARKER, R. L. Governance and the entrepreneurial; economy: a comparative analysis of three regions. Entrepreneurship Theory and Practice, Hoboken, v. 32, n.5, p. 833, 2008.

PESTANA, M. H.; GAGEIRO, J. N. Análise de dados para ciências sociais: a complementaridade do SPSS. Edições Sílabo. 5ed. Lisboa, 2008.

PIORE, M. J.; SABEL, C. F. The Second Industrial Divide. New York: Basic Books, 1984.

PUGAS, P. G. O.; CALEGARIO, C.; ANTONIALLI, L. M. Aglomerados e visão baseada em recursos: as capacidades organizacionais de empresas inseridas em um aglomerado do setor de vestuário em minas gerais. RAUSP-e (São Paulo) v. 48, p. 440-453, 2013.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas de Minas Gerais.Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2004. 40p. Diponivel em: http://www.sebraemg.com.br/BibliotecaDigital/VisualizarDocumento.aspx?codigo=941 Acesso em: 03 de nov. 2011.

SINDICATO DOS VESTUÁRIOS. SINDIVEST. Disponível em: . Acesso em: 25 de out. 2011.

SKINNER, W. Manufacturing – missing link in corporate strategy. Harvard Business Review, may–june p.136-145, 1969.

SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002.

SOUZA, C.A. V. Fatores críticos de sucesso no desempenho de um pólo. O caso do arranjo produtivo local de indústrias de vestuário de Muriaé-MG.Niterói, RJ: UFF, 2005. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense, Niterói.

STALLVIERI, F.; CAMPOS, R. R.; BRITTO, J. N. D. P. Indicadores para a análise da dinâmica inovativa em arranjos produtivos locais: uma análise exploratória aplicada ao arranjo eletrometal-mecânico de Joinville, SC. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 39, n. 1, p. 185-219, jan./mar. 2009.

TAVARES, B. Estrutura das Aglomerações produtivas e capacitações das micro e pequenas empresas:um estudo comparativo no setor de vestuário em Minas Gerais. 256p. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Lavras, 2011.

VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 1997.

VILLASCHI, A.; CAMPOS, R. Arranjos e sistemas produtivos locais e políticas para uma economia do conhecimento e do aprendizado. Nota Técnica 3.2. Contrato BNDES/FINEP/FUJB, Rio de Janeiro. Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2000.


Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia