AS REDES DE RELAÇÕES INTERORGANIZACIONAIS PARA PRESTAR OS SERVIÇOS DO TERCEIRO SETOR

Luciano Ferreira da Silva, Karina Ribeiro Fernandes, Aparecida Maria Neves, Andreia Santaterra Ramos Feitoza

Resumo


O objetivo deste estudo foi analisar como a formação de redes interorganizacionais auxiliam na prestação de serviços de uma instituição do Terceiro setor. O método de pesquisa utilizado foi do tipo exploratório e descritivo, sendo este último representado por um estudo de caso. Para tanto, foram utilizadas pesquisas em fontes bibliográfica e documental, além das técnicas de observação e entrevista em profundidade. Ao fim desta pesquisa constataram-se os benefícios advindos da formação da rede interorganizacional e intersetorial para as operações desta instituição. Destaca-se que ela aumentou o número de crianças e adolescentes atendidos de 40 para 514. Além disso, foi possível constatar a utilização do capital social disponível na rede a fim de melhorar a qualidade dos serviços prestados. Isso foi possível pela sua alta capacidade absortiva, o que pode ser justificado pela visão global dos recursos e ação local nos problemas.


Palavras-chave


Redes organizacionais; Serviços Públicos; Terceiro setor

Texto completo:

PDF

Referências


ABONG. Números e dados das fundações e associações privadas sem fins lucrativos no Brasil - pesquisa fasfil 2010 e lançada em dezembro de 2012, 2013. – Disponível em: Acesso em: 20.06.2013.

ADIZES, Ichak. Gerenciando mudanças: o poder da confiança e do respeito mútuo na vida pessoal, familiar, nos negócios e na sociedade. 2º Ed., São Paulo: Pioneira, 1995.

ANDRADE, Jackeline Amantino de. Redes de atores: uma nova forma de gestão das políticas públicas no Brasil. Gestão & Regionalidade, n. 64, p. 52-66, maio-agosto 2006.

ASSAF NETO, A.; ARAÚJO, A. M. P.; FREGONESI, M. S. F. do A. Gestão Baseada em Valor Aplicada ao Terceiro setor. R. Cont. Fin. USP, São Paulo: Edição Comemorativa, p. 105-118, set. 2006.

BALESTRIN, Alsones; VARGAS, Lilia Maria. A dimensão estratégica das redes horizontais de PMEs: teorizações e evidências. RAC, Curitiba, v. 8, n. especial, 2004. Disponível em: . Acesso em: 15.07. 2013.

______; VERSHOORE, J. Redes de cooperação empresarial: estratégias de gestão na nova economia. Porto Alegre: Bookman, 2008.

______; VERSHOORE, J.; REYS JR., E. O campo de estudo sobre redes de cooperação interorganizacional no Brasil. RAC, Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, p. 458-477, 2010.

BENEVIDES, Gustavo; ABUD, Isabel Cristina; PROFETA, Rogério Augusto R. A. Gestão de projetos e Terceiro setor. Bauru: Canal 6, 2009.

BORDIEU, Pierre. Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 1998.

BRASIL, Lei 9.790 de 23 de março de 1999 - Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público... 1999. – Disponível em: Acesso em: 20.06.2013.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. A era da informação: economia, sociedade e cultura, vol. 1. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CKAGNAZAROFF, Ivan Beck . Reforma gerencial e o papel do gestor público: ator de mudança ou de resistência? VII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Lisboa, Portugal, 8-11 outubro/ 2002.

________; MOTA, Normaston Rodrigues. Considerações sobre a relação entre descentralização e intersetorialidade como estratégias de modernização de prefeituras municipais. E & G Economia e Gestão, Belo Horizonte, v. 3, n. 6, p. 23-41, dez. 2003.

CLEGG, Stewart R.; HARDY, Cyntia; NORD, Walter R. (Org). Handbook de estudos organizacionais: modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais. vol. 1, São Paulo: Atlas, 1998.

COHEN, W.; LEVINTHAL, D. A . Absorptive Capacity: A New Perspective On Learning

And Innovation. Administrative Science Quarterly, v. 35, n. 1, p. 128-152, 1990.

COLEMAN, J. S. Social capital in the creation of human capital. American Journal of Sociology, Vol. 94, p. S95-S120, 1988.

CPHSJS. Plano de trabalho. São Paulo: CPHSJS, 2013.

DOWBOR, Ladislau. Brasil: tendências de la gestión social. Nueva sociedad. n. 187, p. 114-127, 2003.

ECCLES, R. J. The quase firm inthe construction industry. Jornal of Economic Behavior and Organizations, v. 2, p. 335-357, 1981.

FALCONER, A. P. A promessa do Terceiro setor. - Um Estudo sobre a Construção do Papel das Organizações sem fins Lucrativos e do seu Campo de Gestão. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

FERNANDES, Rosa Maria Castilhos; MACIEL, Ana Lúcia Suárez; CLOS, Michelle Bertóglio. O perfil e incidência do terceiro setor nas políticas públicas: a realidade gaúcha em análise. Revistas de Políticas Públicas, São Luís, v. 16, n. 1, p. 233-245, jan./jun. 2012.

FERREIRA, Victor Cláudio Paradela, FORTUNA, Antônio Alfredo Mello Fortuna, TACHIZAWA, Takeshy. Gestão com pessoas. Uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. Rio de Janeiro: FGV, 2004.

FLEURY, Sonia. El desafio de la gestión de las redes políticas. Disponível em: . Acesso em: 11.12.2002.

GASPAR PINTO, Áureo Magno; JUNQUEIRA, Luciano Antonio Prates. Relações de poder em uma rede do terceiro setor: um estudo de caso. RAP, v. 43, n. 5, p. 1091-1116, Set./out. 2009.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5º ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GODOY, Arilda Schimidt. Estudo de caso qualitativo. In: Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. 2º ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

______. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. RAE, v. 35, n. 3, p. 20-29, maio/junho 1995.

GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de metodologia da pesquisa científica. São Paulo: Avercamp, 2005.

GONÇALVES, Emilia Maria Serviço de atendimento ao cidadão : modelo organizacional para melhoria na prestação de serviço público. VII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Lisboa, Portugal, 8-11 out. 2002

______. Processo de difusão das Unidades de Atendimento Integrado: o caso do Serviço de Atendimento ao Cidadão. VIII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Panamá, 28-31 Oct. 2003.

FISHER, Rosa Maria. O desafio da colaboração - Praticas de Responsabilidade social entre empresas e terceiro setor. São Paulo: Gente, 2002.

GRANOVETTER, M. S. The strength of weak ties: a network theory revisited. Sociological Theory, v. 1, p. 201-233, 1983.

GUIMARÃES, Tomas de Aquino. A nova administração pública e a abordagem da competência. Revista de Administração Pública, v. 34, n. 3, pp. 125-40, Maio/Jun. 2000.

GULATI, R. Alliances and networks. Strategic Management Journal, v. 19, n. 4, p. 293-317, 1998.

INOJOSA, Rose Marie Redes de compromisso social. Revista de Administração Pública, v. 33, n. 5, p. 115-141, set./out. 1999.

_______. Sinergia em políticas e serviços públicos: desenvolvimento social com intersetorialidade. São Paulo: Cadernos FUNDAP, n. 22, p. 102-110, 2001. Disponível na Internet em Acesso em: 10.07.2013.

JUNQUEIRA, Luciano Prates. Descentralização, intersetorialidade e rede na gestão da cidade. Organizações & sociedade. v. 11, edição especial, p. 129-139, 2004.

KAUFMAN, Dora. A força dos “laços fracos” de Mark Granovetter no ambiente do ciberespaço. Galaxia (São Paulo, Online), n. 23, p. 207-218, jun. 2012.

LAWRENCE, P.; LORSCH, J. Organization and environment. Cambridge, MA: Harvard Graduate School of Business Administration, 1967.

LIMA, Flávia Gonet Santos Nóbrega de; CAMPOS FILHO, Luiz Alberto Nascimento. Mapeamento do Estudo Contemporâneo em Aliças e Redes Estratégicas. RBGN, São Paulo, v. 11, n. 31, p. 168-182, abril/junho 2009.

MALMEGRIN, Maria Leonídia. Redes públicas de cooperação local. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2010.

MARCON, M.; MOINET, N. La Stratégie-Réseau. Paris: Éditions Zéro Heure, 2000.

MARQUES, Eduardo Cesar. Redes sociais, instituições e atores políticos no governo da cidade de São Paulo. São Paulo: Fapesp, 2003.

MARGULIS, Lynn; SAGAN, Dorion. Microcosmos: four billion years of microbial evolution. Los Angeles: University of California Press, 1986.

McGUIRE, Michael. Managing networks: propositions on what managers do and why they do it. Public administration review. v. 62, n. 5, p. 599-423, 2002.

MELO NETO, F. P.; FROES, C. Responsabilidade Social e Cidadania empresarial: a administração do Terceiro setor. Rio Janeiro: Qualitymark, 1999.

MIGUELETTO, D.C. R. Organizações em rede. (Dissertação de mestrado em administração pública). Escola Brasileira de Administração Pública, FGV. Rio de Janeiro, 2001.

MOTTA, Fernando C. P. Teoria das Organizações: evolução e crítica. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.

MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996.

NAHAPIET, J.; GHOSHAL, S. Social capital, intellectual capital, and the organizational advantage. Academy of Management Review, v. 23, n. 2, p. 242-260, abril 1998.

O’TOOLE, Laurence. Treating network seriously: practical and research-based agendas in public administration. Public Administration Review. v. 57, n. 1, p. 45-52, 1997.

PERROW, C. Small-Firm Network. In: NOHRIA, N.; ECCLES, R. Networks and organizations: struture, form and action. Boston: Harvard Business School Press, 1992.

PFEFER, Jeffrey; SALANCIK, Gerald R. The external control of organization: a resource depedence perspective. New York: Harper and Row; 1978.

PINTO, Áureo Magno Gaspar; JUNQUEIRA, Luciano Antonio Prates. Relações de poder em uma rede do terceiro setor: um estudo de caso. Revista de Administração Pública, v. 43, n. 5, pp. 1091-1116, Set./out. 2009.

POWELL, Walter W. Neither Market nor Hierarchy: network forms of organization. Research in Organization Behavior, v. 12, p. 295-336, 1990.

PROVAN, K. G.; SYDOW, J. Evaluating inter-organizational relationships. In: CROPPER, S.; EBERS, M.; HUXHAM, C.; RING, P.S. The Oxford handbook of interorganizational relations. New York: Oxford University Press, p. 691-716, 2008.

RODRIGUES, Maria Cecília Prates. Demandas sociais versus crise de financiamento: o papel do terceiro setor no Brasil. RAP, v. 2, n. 5, pp. 25-67. set./out. 1998.

SALAMON, Lester. A emergência do terceiro setor: uma revolução associativa global. Revista de Administração, São Paulo, v. 33, n. 1, p. 5-11, janeiro/março 1998.

SIQUEIRA, Moema Miranda de. Redes sociais na gestão de serviços urbanos. Revista de Administração Pública, v. 34, n. 6, pp. 179-198, Nov./Dez. 2000.

SOUSA, Edileusa Godói de; VALADÃO JR., Valdir Machado. Alianças Estratégicas: Articulações entre o Terceiro setor e o Governo. Revista Gestão.Org, v. 8, n. 2, p. 158-172 – Mai/Ago 2010.

STEENSMA, H. K.; MARINO, L.; WEAVER, K. M. Attitudes toward cooperative strategies: a cross-cultural analysis of entrepreneurs. Journal of International Business Studies, v. 31, n. 4, p. 591-609, dez. 2000.

TEODÓSIO, A. dos S. de S. Organizações Não-Governamentais entre a justiça social e a eficiência gerencial: armadilhas, perspectivas e desafios da modernização das políticas públicas locais. Civitas Revista de Ciências Sociais, Porto Alegre, v. 2, n. 001, p. 97-121, jun. 2002.

TURETA, César; ROSA, Alexandre Reis, ÁVILA, Silvio César Da Teoria Sistêmica ao Conceito de Redes Interorganizacionais: Um Estudo Exploratório da Teoria das Organizações. Revista de Administração da UNIMEP, v. 4, n.1, Janeiro / Abril – 2006.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 1997.

WEGNER, Douglas; MAEHLER, Alison Eduardo. Desempenho de empresas participantes de rede interorganizacionais: a influência do capital social e da capacidade absortiva. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v. 13, n. 2, p. 191-211, maio/ago 2012.

YIN, Roberto K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3º ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

ZAHEER, A.; BELL, G. G. Benefiting from network position: firm, capabilities, structural holes, and performance. Strategic Management Journal, v. 26, n. 9, p. 809-825, Julho 2005.


Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia