A Economia dos Custos de Transação e a Visão Baseada em Recursos: aproximações teóricas

Simone Alves Pacheco de Campos

Resumo


As teorias econômicas clássicas e neoclássicas estabeleceram, ao longo de décadas, a tradição de compreender a firma como um mero agente maximizador de lucro. Dadas as expectativas dos agentes e as condições prevalecentes no mercado, não há outro interesse além de obter o maior excedente possível. Embora esse entendimento da firma fosse apropriado para os modelos de equilíbrio de mercado e desenvolvimento econômico até então vigentes, ele revela-se incapaz de explicar de modo satisfatório certas particularidades ocorridas com o desenvolvimento econômico do sistema capitalista. A partir dessa preocupação, este ensaio busca compreender o comportamento da firma a partir das abordagens provenientes da nova economia institucional e da visão baseada em recursos, por entender que tais abordagens oferecem um quadro analítico conceitual que pretende explicar as diferenças entre as firmas e os fatores que determinam o sucesso em um mercado competitivo. Parte-se do pressuposto de que as teorias econômicas clássicas e neoclássicas podem oferecer de forma complementar um conjunto de respostas mais consistentes para verificar o que torna as firmas distintas, bem como o que faz com que umas superem as outras. Assim, parte-se da premissa de que, a partir do entendimento sobre a interrelação entre os conceitos de especificidade de ativos e recursos, seja possível ampliar o entendimento dos aspectos que tornam as firmas diferentes entre si.

 


Palavras-chave


Economia dos custos de transação. Recursos. Capacidades dinâmicas. Vantagem competitiva. Ativos específicos

Texto completo:

PDF

Referências


AMIT, R.; SCHOEMAKER, P. J. H.. Strategic assets and organizational rent. Strategic Management Journal, v. 14, p. 33, 1993.

BARNEY, J. B.; HESTERLY, W.. Economia das organizações: entendendo a relação entre as organizações e a análise econômica. In: CLEGG, S.; HARDY, C. et al. Handbook de estudos organizacionais III. São Paulo: Atlas, 2004. p.131-179.

BARRETO, I.. Dynamic capabilities: A review of past research and an agenda for the future. Journal of Management, v. 36, n. 1, p. 256, 2010.

BECERRA, M.. Theory of the Firm for Strategic Management - Economic Value Analysis. New York: Cambridge University Pres, 2009.

COASE, R. H.. The nature of the firm. Economica, v. 4, n. 16, p. 386-405, 1937.

DOSI, G.; NELSON, R.; WINTER, S.. Introduction. In: DOSI, G.; NELSON, R.; WINTER, S.. The Nature and Dynamics of Organizational Capabilities, Oxford: University Press, 2000. p. 28-60.

HAMEL, G.; PRAHALAD, C., The core competence of the corporation. Harvard Business Review, v. 68, n. 3, p. 79-91, 1990.

HELFAT, C., FINKELSTEIN, S., MITCHELL, W., PETERAF, M., SINGH, H., TEECE, D., WINTER, S.. Dynamic capabilities: Understanding strategic change in organizations. Oxford: Blackwell Publishing, 2007.

KLEIN, B.; CRAWFORD, R. G.; ALCHIAN, A. A.. Vertical integration, appropriable rents, and the competitive contracting process. Jornal of Law and Economics, v. 21, n. 2, p. 297-326, 1978.

LANGLOIS, R. N.. Transaction-cost economics in real time. Industrial and Corporate Change, v. 1, n. 1, p. 99-127, 1992.

MADHOK, A.. Reassessing the fundamentals and beyond: Ronald Coase, the transaction cost and resource‐based theories of the firm and the institutional structure of production. Strategic Management Journal, v. 23, n. 6, p. 535-550, 2002.

PENROSE, E. T.. A teoria do crescimento da firma, Campinas: Unicamp, 2006.

PETERAF, M.. The cornerstones of competitive advantage: A resource-based view. Strategic Management Journal. v.14, n. 3, p. 179-191, Mar., 1993.

RICHARDSON, G. B.. The organization of industry. The Economic Journal, v.82, n.327, p. 883-896, Set., 1972.

SIMON, H. A.. Administrative behavior. Cambridge: Cambridge University Press, 1957.

SWEDBERG, Richard. Economic versus sociological approaches to organization theory. In: TSOUKAS, Haridimo; KNUDSEN, Christian (Eds). The Oxford Handbook of Organization Theory. Oxford: Oxford University Press, 2003.

TEECE, D. J.. Explicating dynamic capabilities: The nature and microfoundations of (sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, v. 28, p. 1319-1350, 2007.

TEECE, D. J.; PISANO, G.; SHUEN, A.. Dynamic capabilities and strategic management. Strategic Management Journal, v. 18, n. 7, p. 509-533, 1997.

WERNERFELT, B.. A resource-based view of the firm. Strategic Management Journal, v. 5, p. 171-180, 1984.

WILLIAMSON, O.. The economic institutions of capitalism. New York: Free Pass, 1985.

WILLIAMSON, O. E.. Comparative economic organization: The analysis of discrete structural alternatives. Administrative Science Quarterly, v. 36, n. 2, p. 269-296, 1991.

WILLIAMSON, O. E.. Economics and organization: A primer. California Management Review, v. 38, p. 131-146, 1996.

WILLIAMSON, O.. The economics of organization: The transaction cost approach. AJS, v. 87, n. 3, p. 548, 1981.

ZAWISLAK, P. A.; ALVES, A. C.; GAMARRA, J. E. T.; BARBIEUX, D.; REICHERT, F. M.. Innovation Capabilities Of The Firm: The Brazilian Experience. Globelics International Conference, 2011.

ZAWISLAK, P. A.. Nota técnica: economia das organizações e a base para o pensamento estratégico. In: CLEGG, S.; HARDY, C. et al (Ed.). Handbook de Estudos Organizacionais III. São Paulo: Atlas, 2004. p.180-185.


Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia